Já está ouvindo aquela canção tradicional… “então é Natal, o que você fez?…”? 😱
Hoje, dia 26 de outubro, faltam exatos 66 dias, 17 horas, 13 minutos e 30 segundos (no momento em que escrevo esta frase) para dizer adeus a 2023 e receber 2024 com os braços abertos.
Pra mim, o ano voou. Não sei você, mas tenho sentido que a minha vida está passando a passos largos. O que me deixa com dois sentimentos: o primeiro é que cheguei à idade que nunca imaginei que teria. Não é por nenhum motivo trágico, mas eu nunca me enxerguei com 45 anos. Era uma realidade muito, muito distante. Minha referência para essa idade é a comemoração do aniversário de 40 anos da minha mãe, quando ela ganhou das amigas um baú de madeira com um aparelho de jantar completíssimo. Ao completar quatro décadas de vida, a minha mãe já tinha três filhos (sendo duas adolescentes), mudado de cidade e de casa algumas vezes, iniciado um negócio….. Eu, aos 40 anos, tinha um filho de nove anos e dúvidas sobre minha carreira e minhas escolhas profissionais.
O segundo ponto é que hoje, aos 45 anos, eu olho para os últimos cinco anos e vejo o tanto de coisas que vivi. Parece que eu vivi quatro décadas em cinco anos. Foram tantas transformações internas que reverberam externamente. Eu fortaleci minhas escolhas profissionais e nunca foi tão claro e fez tanto sentido apoiar e orientar mulheres em suas transições de carreiras. Meu filho tem 14 anos e eu preciso me reinventar quase diariamente para oferecer a ele a melhor mãe que eu consigo ser. Tenho um parceiro de vida há quase 17 anos e que me faz rir todos os dias. Mesmo naqueles dias em que o mau humor insiste em ficar, a gente consegue encontrar pequenos prazeres para gargalhar, se abraçar e dizer o quanto um é importante na vida do outro.
Essa reflexão ficou ressoando em mim nas últimas semanas depois de vários atendimentos com minhas clientes de mentoria. Elas estão na faixa etária de 35 a 45 anos e, guardadas as devidas diferenças de vida, os questionamentos são muito semelhantes.
“Será que estou no caminho certo?”
“Olhando para a minha vida até hoje parece que não fiz nada de relevante.”
“Vou ter coragem de mudar?”
“É isso que eu quero pra minha vida pra sempre?”
“Às vezes a vida parece tão pesada que eu nem sei se vale a pena mudar.”
“Parece que eu estou insistindo em uma coisa que não vai dar certo.”
“Sinto que estou dando murro em ponto de faca.”
Eu poderia passar o dia escrevendo as frases que já ouvi em mais de dez anos trabalhando com mulheres. Independente do seu lugar no mundo, da realidade que você vive, das responsabilidades que você tem, certamente já pensou em alguma dessas frases. Lhe convido a responder este e-mail (ou deixar nos comentários) se você pensou em alguma dessas frases ou se tem outra expressão que vive lhe rondando.
Nos últimos cinco anos, eu investi muito em autodesenvolvimento. Foram dezenas de livros, cursos, workshops, palestras, etc., que me fizeram dar grandes saltos de consciência e me ajudaram em um grande processo de autoconhecimento. Mas eu não deixo de ser rondada por algumas das frases que citei. Ontem (dia 24/10), desabafei com meu marido dizendo que, às vezes, tinha vontade de procurar um trabalho das 9h às 17h para não precisar dar conta de tudo, como acontece quando temos uma carreira solo. Como ele me conhece muito bem, soltou um “tem certeza?”. No minuto seguinte, abri o celular e mostrei a mensagem que tinha recebido mais cedo de uma cliente.
Tem dias que são mais difíceis que os outros. Tem dias que dá vontade de desistir e trabalhar em horário comercial. Há dias em que tenho vontade de ficar de pijama e trabalhar na cama. Quando esses momentos chegarem (porque eles acontecerão, acredite em mim!) eu tenho alguns mecanismos para não viver o papel de vítima por muito tempo: são meus rituais de enfrentamento.
São pequenas ações que eu incorporei no meu cotidiano para me reenergizar. Vão desde preparar uma caneca de café, pegar um quadradinho de chocolate meio amargo e assistir algum seriado para rir. Nada para pensar, refletir, que vai me ensinar alguma coisa. Nessa hora eu quero aliviar a mente.
Outro item que está no meu ritual de enfrentamento é reler meu arquivo de aplausos - já contei sobre ele neste texto aqui. E lá tem desde mensagens de clientes, amigos, bilhetes do meu marido e do meu filho, etc. São cinco, dez minutos que fazem mágica para eu relembrar quem eu sou e como já impactei a vida de outras pessoas nas mais diferentes situações.
Por último, quando as vozes da minha cabeça insistem em gritar que eu tenho 45 anos e o que eu fiz de tão importante para o mundo, eu abro meu Caderno de Vida onde tem minha trajetória profissional desde quando comecei a trabalhar em comunicação, aos 20 anos. Nele tem todos os principais marcos da minha carreira até hoje. É um caderno que utilizo só para isso. Ele é físico para eu poder exercitar meu lado criativo, escrever com canetas coloridas, colar adesivos fofinhos…. Sempre que algo relevante acontece, paro alguns instantes para anotar. Eu gosto de fazer na hora que aconteceu para colocar em palavras os sentimentos e emoções que estou sentindo.
Essa é uma das táticas mais efetivas para mim e acabei adaptando para uma ferramenta na minha mentoria de transição de carreiras. Com o passar do tempo, eu percebi que muitas mulheres têm dificuldade em enxergar tudo o que já fizeram e conquistaram ao longo da vida profissional.
Ficamos paralisadas por crises de insegurança e confusas sobre nossos feitos, sobre nossa capacidade.
Meu convite a você nesta reta final do ano, quando a melancolia insiste em nos visitar, experimente criar o seu Caderno de Vida. Reserve um período tranquilo, pegue uma xícara de café, coloque uma playlist agradável e relembre cada momento importante da sua carreira até hoje. Anote tudo que vier à mente. Coloque os anos, onde você estava e qual foi o fato. Pode ser o aumento do faturamento do seu setor, uma promoção, um elogio de clientes que foram apreciados pelos colegas e gestores, sua iniciativa para criar um projeto voluntário… você, sabe o que é relevante e que deve estar no seu Caderno de Vida. Depois, sempre que as vozes da sua cabeça começarem a gritar essas frases mentirosas, faça um dos seus rituais de enfrentamento para se apropriar de quem você é de verdade!
A curadoria da semana é sobre textos e conteúdos interessantes que encontrei nas minhas pesquisas:
🤔 Meu amigo Alex Bretas escreveu um texto lindo sobre persistência e desistência. Fez tanto sentido pra mim que nem sei!
🏃🏻♀️ Se você é como eu que faz atividade física na força do ódio 👊🏻, se liga neste episódio do podcast Donas da P Toda. Pra mim, que quer controlar cada minuto do dia, serviu como um chacoalhão.
🥐 Vi este vídeo na news rising e fiquei paralisada por alguns minutos. Tudo nele é perfeito!
O caos frenético do final do ano está começando a dar as caras por aí? A news de hoje foi escrita ao som desta playlist para ajudar a controlar a ansiedade. Espero que seja útil pra você também 🧡 ☺️
Tranquilize-se!
Nos vemos na próxima semana!
Com carinho,
Pri 🤎 ☕ 💫
Pri querida, não canso de pensar o quanto você foi importante neste meu momento tão novo e desafiador. Foste ouvido, ombro e reflexão, é isso me colocou no rumo novamente. Que as minhas palavras possam sempre ajudar outras mulheres em busca de seus caminhos também, e que elas tenham a sorte que eu tive com a minha mentora ❤️